30/04/2015

Inominável


Foto: Nathália Azoubel

Uma interpretação ausente, uma criação de possibilidades que se abrem por uma dança, um olho no olho, um cheiro de mato, um lago que reflete a lua, um ser que parece sonhar o tempo todo. Uma verdade que só existe ali, uma não apresentação/representação, um fiapo de vida que veio de algum lugar e por ali ficou, a trocar. Um desejo latente de se relacionar com alguém, de colocar-se em estado de porosidade, de troca, de disponibilidade – não uma disponibilidade arquitetada, construída para produzir um efeito representativo para um público, mas que permeia os artistas o tempo inteiro. Estar sempre inteiro, nunca pela metade, entre si e o outro. Uma solidão de si e do outro, um tempo que não se conta exatamente, mas se dilui durante essa relação proposta por cada um dos artistas.

Zé Reis

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